Música brasileira

 

A nossa música é uma das mais diversificadas do mundo. Todas as correntes musicais estão aqui representadas. Desde o nosso clássico - o chorinho - até o rap e o trash-metal. Samba, MPB, rock, pop, blues, soul, funk, bossa nova, todos os gêneros tem representantes de renome. Até mesmo essa coisa exótica, apropriadamente denominada "bunda-music" faz sucesso e adeptos.

Elis Regina reina absoluta como a maior cantora brasileira. Repertório excepcional, afinação e interpretação insuperáveis fazem dela uma deusa, muitos anos depois de morta. Fascinação, tiro ao álvaro, o bêbado e o equilibrista, o mestre sala dos mares são canções eternizadas por ela.

Poucas tem cacife para tentar sentar neste trono. Acho que, das atuais cantoras, a que chega mais perto é Marisa Monte. Voz, interpretação e repertório excelentes. A falecida sambista Clara Nunes também tem seus méritos para figurar neste panteon. Tornou-se rainha quando foi atraída por Ataulfo Alves para o samba, pois iniciara a carreira cantando boleros. Sua voz e a qualidade das canções fizeram o resto. Canto das três raças, lama, juízo final e muitos outros são sambas inesquecíveis.

Tim Maia é outro grande nome. Músico excepcional, sabia como poucos fazer arranjos, sua visão de música, palco, interpretação e repertório não encontra rival. Falecido, deixa um sobrinho em seu lugar como o rei da soul music brasileira, Ed Motta, também um músico de gabarito.

O rock brasileiro passou por várias fases. Da inicial onde cantores e grupos repetiam e traduziam os sucessos americanos até o som progressivo dos mutantes e o trash metal do sepultura, todos os matizes podem ser vistos. Tornou-se muito popular quando Roberto Carlos apresentou um programa de tv chamado jovem guarda. O disco de 1966 de RC é um dos melhores já gravados no Brasil. O final da década de 60 vê Os Mutantes aparecerem com música elaborada, considerada marco do rock nacional. Balada do louco é um hino.

Nos anos 70 surge outro grupo, cujo som torna-se um referencial, apesar de ser bem enquadrado no pop, tem elementos de blues e é considerado progressivo. Secos e Molhados lança um disco homônimo, antológico, na minha opinião o melhor brasileiro de todos os tempos.

Muitos outros nomes aparecem e desaparecem, diversos artistas e grupos de potencial vem e vão com os modismos. Permanecem apenas os realmente bons.

Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Bethânia, Milton Nascimento são nomes com muitos fãs e elevada qualidade em seu trabalho.

Tom Jobim consegue grande sucesso dentro e fora do Brasil.

O festival de Montreux cria a noite brasileira onde se apresentam artistas de todos os gêneros.

Elba Ramalho traz a música nordestina ao primeiro plano.

Fafá de Belém aparece com um tipo musical ligado à sua origem amazonense e de grande apelo popular.

Surge o megasucesso para as duplas sertanejas. Algumas tem canções antológicas. E muita porcaria também, diga-se de passagem. Se bem que muita coisa deles, na realidade, é versão de country americano.

Os grupos de pagode conseguem se tornar megavendedores de discos. O recorde nacional de discos está para ser quebrado pelo grupo "Só pra Contrariar" que já se aproxima dos 4.000.000 de discos vendidos de seu último álbum. Este recorde - parece - é de Roberto Carlos, um álbum dele vendeu 3.700.000 cópias. Se bem que tem quem diga que o recordista é Amado Batista, um disco dele teria vendido mais de 5 milhões de cópias.

Porém, tinha de haver um porém, um novo tipo de música surge no final dos anos 90. Caracteriza-se por dançarinas semi-nuas realizando movimentos quase eróticos, em especial com as nádegas, e foi muito apropriadamente batizado por Pepeu Gomes - um de nossos bons guitarristas - de "bunda music". A qualidade musical sofrível associada ao show erótico de homens e mulheres - na boquinha da garrafa, tchan, etc... - fez de alguns destes grupos campeões de vendas. A propaganda maciça e repetida, autêntica lavagem cerebral, leva as vendas desta "música" aos píncaros. Parece que este movimento começa a acabar, graças a Deus... embora ainda deixe muito lixo por onde passou. Acho que a boa música vai levar algum tempo para recuperar o estrago feito por esta porcaria. Mas vamos sobreviver.

É este o preço a pagar pelo processo de lavagem cerebral e imbecilização a que o povo brasileiro foi submetido nos últimos 30 anos e que só serve aos interesses de políticos, donos de gravadoras, de redes de televisão, rádio, certas religiões e aos monopolistas da música, aqueles que estão por cima da carne seca e não permitem o aparecimento de novos que possam ameaçar seu espaço.

E esta página ainda não está pronta....falta muito.....

Do assunto neste momento, Rock'n Roll, vou comentar o pouco que sei.

Parece constar que a primeira gravação no Brasil foi uma versão de rock around the clock, por Nora Ney, em 1955.

Logo depois Celly Campelo faz muito com versões de canções, talvez a de maior sucesso seja estúpido cupido. Muitos copiam o estilo e gravam versões de sucessos americanos. Nos anos 60 aparece a jovem guarda, liderada por Roberto Carlos. No final desta década surgem os mutantes, expoentes do rock irreverente ao lado de Raul Seixas, considerado o rei do rock tupiniquim. Nos anos seguintes muitas bandas aparecem e desaparecem, com muito ou pouco sucesso. Alguns tem carreiras de décadas, como os golden boys, outros nem se sabe por onde andam.

Os anos 80 são palco de grupos irreverentes, como o ultraje a rigor, e de grupos com uma proposta mais séria como o legião urbana e titãs. Sem falar nos grupos pop como o blitz, kid abelha...

Nos anos 90 surge um grupo que uniu o rock com a leveza pop e fez muito sucesso aqui e no exterior, o skank. E um grupo que marcou sua curta presença com deboche e irreverência, que captaram a atenção e a idolatria do público infantil, os mamonas assassinas. Falecidos todos em um acidente de avião, deixaram sua marca na música e na cultura, pois conseguiam cantar palavrões ou grandes barbaridades sem ofender e levavam as crianças ao delírio com o escracho de seus shows. Eu sinto falta deles...